Conheça a tinta que protege a bateria de carro elétrico contra o fogo
10/03/2024 09:50 || Atualizado: 10/03/2024 09:50

Um dos maiores desafios para os bombeiros de todo o mundo com a popularização dos carros elétricos é saber controlar o incêndio nas baterias. Para mitigar o risco, uma tinta especial foi criada para ao menos segurar o fogo por alguns minutos: é Corachar, da PPG, demonstrada em São Paulo na última semana. O revestimento é do mesmo tipo já usado na construção civil e em laboratórios onde o risco de incêndio é grande.
Esse revestimento é do tipo intumescente, ou seja, se expande com a temperatura elevada. Ele é aplicado em torno da bateria, criando uma camada de proteção e isolando a bateria em caso de incêndio. A aplicação é feita por spray. Sem a expansão, a camada de proteção tem apenas 0,6 mm e suporta uma temperatura de até 1.200 ºC e mantém a temperatura do substrato abaixo dos 400 ºC.
A aplicação por spray, diz a empresa, visa a redução de custos e a aplicação mais fácil, já que se encaixaria no processo normal de produção de veículos.
As baterias, peças primordiais para o funcionamento desses veículos podem apresentar o que é chamado de “fuga térmica”, que é quando elas entram em um ciclo de superaquecimento e super pressurização, causando incêndios e às vezes até explosões.
Para controlar incêndios em carros elétricos bombeiros relatam gastar muito mais água do que em um veículo a combustão. Os bombeiros da Califórnia, por exemplo, disseram ter usado 6.000 galões de água para extinguir o incêndio que consumiu um Tesla Model S em janeiro de 2023. Essa quantidade equivale a mais de 22 mil litros. O uso da água é recomendado pela própria fabricante.
A PPG diz que a tinta especial já é usada por montadoras. “Esse revestimento pode ser usado em carros elétricos e híbridos e sem problemas”, disse Ricardo Morelli, gerente técnico da PPG. A empresa, no entanto, não quis revelar quais marcas instalam a proteção em suas baterias.
“Por enquanto só lá fora, mas já fornecemos para as maiores fabricantes de carros elétricos do mundo”, informou Marizeth Carvalho, gerente-geral da PPG. A executiva não revelou se há fabricantes nacionais em negociação para fabricar baterias em território brasileiro.
A tinta intumescente não é a única tecnologia que tenta diminuir os riscos em caso de incêndio em carros elétricos. No ano passado, a empresa americana United Safety & Survivability Corporation apresentou um sensor de detecção de falha de bateria. O aparelho visa detectar a fuga térmica logo em seu estágio inicial.
Com isso, seria possível aliar o sensor a outro equipamento para extinguir o incêndio ou criar um alerta para que os ocupantes evacuem o veículo antes que as chamas se propaguem. A empresa também não deu detalhes sobre a aplicação do produto por alguma fabricante de veículo.